A ESPERANÇA MUDA O HÁBITO !

"Um ser que se habitua a tudo, eis a melhor definição do homem" - Fedor Dostoievksi.
Nos últimos dias assisti a alguns acontecimentos demonstrativos que nem sempre o hábito faz o monge nem o homem se habitua a tudo. Esta concepção pode reflectir uma propensão para a inercia e a passividade. O homem pode habituar-se a tudo mas tem a capacidade e força para mudar e transformar. Muitas das soluções estão esgotadas e não nos devemos habituar ou sujeitar a elas. Há momentos que demonstram que o homem é capaz de mudar e ajustar o hábito às suas necessidades. A oportunidade de participar e assistir a factos novos e dialogar com pessoas de pensamentos diversos permite-nos alargar horizontes, abrir as portas para novas reflexões e criar laços salutares de interacção na nossa intervenção cívica, politica e social.
Não posso deixar de olhar para a juventude dos Países do Magrebe que dizem basta, para a juventude Portuguesa que quer mudança e para as movimentações expontaneas e sem amarras que as novas redes comunicacionais permitem como sinais de esperança. Os velhos do Restelo e os agarrados a concepções controleiristas e paternalistas dos movimentos sociais devem compreender que o seu tempo e a sua forma de agir começam a esgotar-se.
Não posso ainda de deixar uma nota final contra a resignação e o hábito de aceitar tudo normal e natural. A forma e o modo como o Governo através do Ministério da Tutela (Educação) rompe o Contrato de Patrocínio com o Conservatório de Música da Maia, pondo em causa abruptamente o funcionamento e actividade de reconhecido mérito de uma Escola dirigida a crianças de idades compreendidas entre os 10 e 15 anos comprovam que não nos podemos habituar e aceitar tais procedimentos . O não honrar compromissos e a consequente redução dos financiamentos e apoios já no decurso do ano lectivo, ignorar o papel e importância desta Escola e tratar com indiferença e frieza toda a comunidade local e escolar pondo em causa um projecto prestigiado e o seu papel educativo e social especifico não pode ser um hábito aceitável de um Governo desnorteado e sem futuro.
Não posso deixar de expressar a minha solidariedade e apoio ao Vereador da Cultura da CMMaia, Administração, docentes, discentes, crianças e pais do Conservatório de Música da Maia e condenar a falta de conhecimento da actividade que desenvolve e da sua especificidade por parte de alguns agentes políticos da Maia que pretendem ser alternativa mas quando falam apenas dizem asneiras ou colocam os interesses partidários acima dos interesses dos Maiatos.
Noutros fóruns e patamares retomarei este assunto. Não nos podemos habituar à incompetência, à falta de seriedade e rigor e temos de assumir nas nossas mãos a mudança.

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