Uma Partida sentida !...

" A Morte não existe..A gente só morre quando nos esquecem" - Isabel Allende

A noticia foi difícil de aceitar e compreender...A partida de Miguel Portas deixa  todos os homens e mulheres de convicções e de luta com um amargo de que como é possível a vida ser tão injusta para com
aquele que ainda tinha muito para dar e fazer pelos seu País e pelo seu Povo ! Quem na Juventude conviveu com Miguel, quem como eu, teve a oportunidade de na vida politica e em Moscovo ( alguns anos atrás ) percorrer os meus caminhos, não esquece a sua força, o sua disponibilidade, o seu sorriso e a sua palavra fraterna. Não consigo neste momento expressar os sentimentos que me envolvem pela  partida de alguém que não morre porque o seus espírito, as suas ideias e ideais, o seu sempre elevado sentido de servir e construir ficará sempre presente. Não contive a emoção no momento em que relembro também partidas prematuras que também senti profundamente por razões idênticas e ou diversas (José Afonso, Luís Sá e João Amaral).
Não esqueço as suas excelentes - algumas delas recentes  - intervenções no Parlamento Europeu contra as politicas neoliberais e as medidas orçamentais. Não esqueço os seus discursos estruturados, fundamentados e oportunos contra o despotismo da oligarquia financeira.... Ainda tinha muito para dar à esquerda em Portugal que esta partida para sempre interrompeu...Não esquecer Miguel Portas é manter e solidificar todo um projecto que ajudou a erguer por uma esquerda que se deseja mais forte...
Miguel Portas deixa um legado e uma responsabilidade à esquerda de continuar com o mesma elevação cívica, politica e cultural, o mesmo querer  e vontade a luta de  sempre pelos ideais de democracia, liberdade, paz, justiça social e uma mais justa distribuição da riqueza.
Neste momento e nas vésperas das comemorações de Abril é com a voz embargada, o olhar triste perante a noticia, um sentimento de vazio que recordo Miguel Portas ! Saberemos honrar o seu percurso de vida prosseguindo a luta pelos ideais que manteve e defendeu sem vacilar - mesmo na doença - até à sua partida.
Um abraço solidário e humilde de
António Neto

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