PENSAMENTO DO DIA II
Fui ao baú das recordações e retirei (com nostalgia) estes fragmentos de um texto, publicado pelo “Público”, em 26 de Março de 2000
O "problema terrível" da habitação
(…)É o caso do Bairro do Regado, que ontem foi visitado por autarcas da CDU, que ali foram ouvir as queixas dos moradores. "Prometer não podemos prometer, porque não somos poder", explicou António Neto, membro na Assembleia de Freguesia de Paranhos, acompanhado pelo deputado municipal Gaspar Martins, que prometeu levantar o caso numa próxima sessão da Assembleia Municipal do Porto. Construído há mais de 20 anos, o Bairro do Regado é formado por duas dezenas de blocos de quatro pisos, que até estão bem distribuídos no terreno, a norte da Via de Cintura Interna (VCI), junto ao nó de acesso à Via Norte. Porém, além de um infantário e de um lar de idosos, não possui mais estruturas de apoio, a não ser um pequeno polidesportivo muitíssimo degradado. Os moradores pagam rendas simbólicas e as casas já há muitos anos que não sofrem obras de requalificação no seu interior, a não ser aquelas que são feitas por iniciativa de um ou outro arrendatário. Não admira, por isso, que muitas das pessoas se queixem de problemas como a infiltração de humidade. Em alguns blocos há também problemas no saneamento, existindo fugas de esgotos para a via pública, que geram cheiros nauseabundos, ou para a própria casa. O espaço público, de resto, apesar dos espaços verdes, já há muito tempo que não é tratado. Não existe, por exemplo, um jardim-de-infância. Isto para além da recorrente questão da criminalidade, embora, sem a dimensão de outros aglomerados da cidade. "Falta uma política municipal de acompanhamento dos bairros, quer no plano da infra-estrutura, quer no plano social, cultural e desportivo", considera António Neto."
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