Fragmentos de tópicos da minha participação num debate, em 1998, sobre o Referendo da Regionalização realizado em 08 de Novembro desse ano.

REGIONALIZAÇÃO

Portugal caracteriza-se por uma escassa descentralização administrativa e politica que deveria assentar no respeito pela diversidade estrutural do território.
A atenuação das assimetrias regionais, aproximação dos cidadãos aos serviços públicos que directamente lhe dizem respeito, a descentralização dos recursos e a eficácia equilibrada da prestação de serviços públicos são propósitos que servem de alicerce à regionalização.
Há que desenvolver harmoniosamente as regiões, procurando aproximar os polos da decisão das regiões mais deprimidas e ou desfavorecidas.
 Há que dotar as regiões desfavorecidas de capacidade de intervenção e autonomia e, não restam dúvidas que aa assimetrias regionais implicam uma acção conjunta de processos de desconcentração e descentralização de funções e competências.
A reforma administrativa e a reformulação das atribuições e competências são sempre custosas mas benéficas, se bem realizadas, para os cidadãos.
A regionalização é uma condição de democracia territorial e não implica gastos adicionais. A concentração e a burocratização dos serviços essenciais, por exemplo, tem custos elevados para o País, alimentam as assimetrias regionais e tem os cidadãos distantes dos poderes de decisão, decorrentes e penalizados por esta situação.
A regionalização pressupõe o desenvolvimento e este beneficia a cidadania.
A desconcentração e a descentralização têm por objectivo aproximar as populações das decisões que a eles lhes dizem respeito e interessam.
As regiões passarão a realizar autonomamente investimentos e outras acções de âmbito regional, tomar decisões sobre assuntos e problemas específicos da região e participarão em decisões centrais de interesse da região.
Os poderes regionais terão de ser assentes na vontade dos cidadãos, próximo das suas necessidades e que sirva o desenvolvimento da região.
A regionalização visa uma maior responsabilização e envolvimento dos cidadãos na resolução dos seus problemas e na formulação mais adequadas das soluções.
Aproximar os administrados da administração,… Papel de eficácia….Forma de suprir estruturas inúteis,
A regionalização assegura uma efectiva desconcentração e descentralização visando três perspectivas:
ü  Atenuação das disparidades e condições de vida das populações fixadas num dado espaço;
ü Melhoria da eficácia e eficiência da máquina administrativa que lhes presta serviços;
Participação dos cidadãos com vista a assegurar a distribuição justa do crescimento do produto regional e a promoção dos níveis do seu bem estar material, social e cultural de modo adequado.
Os órgãos regionais são poderes democráticos ancorados e intimamente ligados à vontade e confluência de interesses da população.
A regionalização permite diminuir as disparidades e assimetrias e, como tal, é factor de coesão nacional. Aproxima as regiões menos desenvolvidas às mais desenvolvidas.
A regionalização está associada à interacção necessária entre vários pólos e centros, descentralizando e desburocratizando, tornando mais eficaz o papel dos órgãos e serviços, aproximando os cidadãos do poder, permitindo a sua participação e fiscalização (eleição dos órgãos regionais pelas populações locais,) contribuindo para atenuar as assimetrias e para a resolução dos problemas concretos e a aproximação dos interesses comuns
ANTÓNIO NETO 



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