PENSAMENTO DO DIA!

“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.”_ Che Guevara

Adaptei um texto que escrevi em finais de 2019 a propósito da época de Natal, que reflecte muito de uma realidade que se agrava em locais inesperados por práticas e procedimentos de quem diz lutar pelo seu contrário, o que me indigna e entristece, embora não me surpreenda de todo.

Numa fase da luta difícil contra a exploração do homem pelo homem, o assédio e outras formas de expressão do capitalismo é fundamental afirmar princípios e valores na teoria e na prática.

No entanto vivemos uma época em que a hipocrisia, o maquiavelismo, o disfarce de comportamentos, o oportunismo, a negação de valores e princípios são desmentidos por comportamentos e decisões ignóbeis, por alguns, nos locais em que se movem e dirigem com total impunidade de quem assobia para o lado, silêncio de muitos, cumplicidade de outros, o que descredibiliza a luta e condiciona o trabalho politico e ideológico num quadro adverso.

Não podemos desenvolver a luta percorrendo os banhos da ira insana da dissimulação, do disfarce, da aparência indigna, da conveniência pessoal e dos pequenos poderes efémeros e doentios de quem domina o meio e esmaga quem se lhe opõe.

Em muitos destes sítios se explora, se persegue, se assedia, se pressiona, se condiciona, se maltrata quotidianamente o outro e se humilha. Exerce-se o poder autoritário, arrogante e prepotente, esvazia-se pessoas íntegras de funções para meter pessoas do aparelho, vilipendia-se e calça-se os mais fracos e isolados, contrata-se sem necessidade ao mesmo tempo que não se motiva e envolve quem sempre cumpriu suas tarefas com dedicação, dignidade, profissionalismo e lealdade. Nestes espaços que se dizem defensores de valores e interesses colectivos e sociais altruístas os senhores (as) dos pequenos poderes, esvaziados de sentimentos e valores não olham a meios para atingir os seus nefastos fins. Tais atitudes visam esconder os objectivos que os motivam e domesticar o ambiente com a sua mediocridade de modo a não serem confrontados com ninguém que trabalhe com verticalidade, pense, estude, reflicta e questione, transformando os ditos espaços em instrumentos pessoais fechados, egocêntricos e não dirigidos para quem deles precisa na sua luta e vivência nos locais de trabalho e noutros fóruns da acção social e politica

Naturalmente que divaguei, sem perder o sentido da mensagem e o rigor das palavras. O meu claro e profundo respeito, solidariedade fraterna e apoio incondicional para quem trabalha nestas condições e locais, que abstractamente motivam esta nota dia.

Não deixarei de abordar e aprofundar muitos aspectos sempre que considere justo e útil para que a luta transformadora da sociedade não seja conspurcada por quem não tem firmeza e convicção ideológica alicerçada e que apenas está em determinados espaços enquanto servir os seus interesses egoístas e não colectivos.
Maia,21.07.2020
António Neto


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