Em 1997, na 4ª Assembleia da Organização da Cidade do Porto, enquanto membro na altura da Direcção, fiz uma longa intervenção com o título” Caracterização socioeconómica da cidade, a situação social e a resposta dos trabalhadores”.

Breves fragmentos que considero actuais:

“Assistiu-se e assiste-se, com esta nova realidade, à distorção das regras de mercado, à desregulamentação das relações de trabalho e ao aumento da precariedade e desemprego na cidade.”

(…)

“A precarização apresenta-se com vários contornos, quer com a cobertura legal, quer ilegal (proliferação dos contratos a termo, elevada percentagem de trabalhadores sujeitos a contratos temporários de licitude duvidosa, elaborados por empresas não legalizadas e sem alvará). As remunerações dos trabalhadores e os custos do trabalho são mantidos a níveis extremamente baixos.”

(…)

“Somos um Partido atento à realidade social, virado para os trabalhadores, procurando os caminhos mais adequados para com empenho e firmeza servir os interesses políticos e de classe

(…)

Num quadro de grande ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, do esvaziamento da importância da contratação colectiva, da tentativa de desregulamentação e flexibilização da leis do trabalho, temos de responder com melhor e adequada ligação aos trabalhadores, estando atentos aos novos fenómenos, mas desenvolvendo a luta.

(…)

Os jovens são educados ideologicamente numa perspectiva individualista de conformação aos interesses do patronato e de que a “rotação”, “flutuação” e “mutação” do vinculo laboral é que corresponde ao seu interesse.

(…)

A luta contra a precariedade, pelo exercício dos direitos, contra o desemprego, por aumento de salários, pela resolução dos problemas sociais tem de ser movida em todas as frentes, pois é o único caminho para que a resposta dos trabalhadores se faça sentir e a situação se desequilibre a seu favor.
Maia,02.04.2025

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