Pensar a Esquerda, Pensar à Esquerda (1)

                                                                       "OS FILÓSOFOS TÊM APENAS  INTERPRETADO
                                                                        O MUNDO DE MANEIRAS DIFERENTES:
                                                                        A QUESTÃO, PORÉM,  É TRANSFORMÁ-LO " -
                                                                        KARL MARX

Inicio, hoje, um conjunto de reflexões - que escreverei ao longo do tempo - sobre como ( no meu entender sempre salutarmente discutível)  podemos mudar a rota politica em Portugal pondo fim uma deriva ultraliberal sem precedentes que conduzirá o País ao abismo e os trabalhadores a meras máquinas descartáveis de um sistema capitalista financeirizado a mando de lógicas de mercado sem rosto.
Trata-se na verdade, de actualmente,  face à complexidade da realidade nacional e internacional interdependente e à ofensiva do capitalismo financeiro reflectir como transformar, de que modo, com que meios e quais as condições para se rasgar caminhos que reabram a esperança e façam acreditar que é possível uma alternativa de poder de esquerda que Governe à esquerda contra lógica neoliberal e de mercado.
Temos que compreender que o tempo mudou. Não estão em causa os princípios e a ideologia na sua essência básica mas a necessidade de perceber e assumir os erros, ter em consideração as várias experiências e recentrar a discussão no fundamental.
A esquerda em Portugal nunca conseguiu - a não ser pontualmente - unir forças e perderam-se oportunidades históricas, como por exemplo, as que permitiram a primeira eleição e a reeleição de Cavaco com tudo o que representa de retrocesso num cargo fundamental para a defesa e garante dos Direitos Constitucionais.
Não é a mesmo ter-se um Presidente com ou sem sensibilidade cultural e social. Não é o mesmo ter-se um Presidente aberto ou não aos movimentos sociais. Não é o mesmo ter-se um Presidente que apenas tenha um pensamento económico ou quem tenha preocupações com o crescimento e o emprego. Não é a mesmo ter-se um Presidente que no passado contribuiu para o desmantelamento do tecido industrial, agrícola e pesqueiro e alguém que lutou contra essas medidas. Não é o mesmo ter-se um Presidente cujo os amigos estiveram ligados ao maior buraco financeiro em Portugal (BPN) ou alguém sem essas ligações.
Mas alguma esquerda não conseguiu trabalhar e pugnar pelo menor denominador comum e foram perdidas duas batalhas importantes que hoje condicionam todo o espectro da defesa dos direitos sociais e laborais, entre outros.
Estes factos recentes apenas são uma ponta do meu pensamento que se preocupa mais com as respostas e soluções do que manter os actuais caminhos sem que se pense o que de errado e certo aconteceu na analise e decisão politica nos últimos anos...

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