NOTA DO DIA

“Pandemia expõe e agrava as desigualdades já existentes. A história já fazia adivinhar e os primeiros indicadores e estudos confirmam-no, em Portugal e no resto do mundo: a desigualdade entre as pessoas (e entre países) determina o impacto da pandemia e tende a agravar-se ainda mais:
(...) que a pandemia está, seja entra as pessoas, seja entre os países, a atacar de forma mais forte os mais pobres e, depois, a acentuar as desigualdades de rendimentos já antes existentes"_ Público de 21.05.2020

Acontece, por exemplo, que o Governo, se prepara para prolongar a lay-off (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efectuada por iniciativa das empresas) com a bênção do senhor dos afectos politicamente convenientes (fala do que deve e não deve, esquecendo-se que é Presidente da Republica e não Primeiro-ministro), beneficiando muitas empresas com lucros fabulosos, outras que recorrem artifícios ilegais, sem a devida fiscalização (suspensão do contrato, obrigando-os ilicitamente a cumprir o horário de trabalho normal e as mesmas tarefas, recebendo os respectivos apoios) penalizando os trabalhadores já com parcos rendimentos (baixos salários). Tal medida banalizaria e transformaria o instituto legal excepcional da Lay-off num recurso jurídico-laboral normal.

Os senhores do capital que tanto defendem o Estado minimalista, que o mercado tudo gere e rege, agora suplicam ao Estado apoios mesmo para aquelas empresas que não precisam. A pandemia foi pretexto para despedir, flexibilizar horários de trabalho, reduzir custos com o sacrifício dos trabalhadores, baixando os seus rendimentos, empobrecendo-os, aumentando as desigualdades.
Maia,25.05.2020
António Neto

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