O Baú leva-me aos meus tempos de puto. Fui descobrir que escrevi um texto com o título “A Luta pela unidade no seio do movimento sindical “ e subtítulo “Análise das diabruras e objectivos da chamada “carta aberta”, a propósito da criação em 1976 da Carta Aberta por um conjunto de sindicatos afectos ao PS/PSD que provocou a cisão do movimento sindical e deu origem á UGT em 1977.).Um texto datado no tempo. Uma breve síntese.
“Em Portugal passam
momentos importantes da história do movimento sindical. Trata-se da defesa da
central única dos trabalhadores, a Intersindical, com fundamento no actual
processo revolucionário na defesa da unidade dos trabalhadores.
As forças inimigas
dos trabalhadores sabem que para reinar tem de dividir. Por isso, em qualquer
parte do mundo os inimigos dos trabalhadores recorrem a todas as artimanhas
para dividir os trabalhadores, como aconteceu na história do movimento sindical
francês e italiano.
O capitalismo tem a
noção que para levar a água ao seu moinho que o principal obstáculo é a unidade
dos trabalhadores e do movimento sindical.
Assim, fomentam a
divisão, golpismo, criação de condições para o “pluralismo sindical” criando
centrais sindicais que sejam permissivas e colaborantes com o capitalismo
encobrindo-as com vestes democráticas capazes de manipular uma parte dos
trabalhadores.
Há que enquadrar a
nossa realidade com a história do movimento sindical internacional.
As forças da divisão,
do pluralismo sindical inimigo da unidade dos trabalhadores não nasceram agora
sempre percorreram a história do movimento sindical o que obriga a uma análise
não simplista do que se passa em Portugal.
Em 1970 foi formada
por uma dezena de sindicatos, mesmo sob o jugo da ditadura fascista, a
Intersindical, que em 1972 foi alargada com a adesão de outros sindicatos. Com
o 25 de Abril e o grandioso 1º de Maio foi a força libertada dos trabalhadores
que reconheceu, não demagogicamente, mas na luta a verdadeira Central Única dos
Trabalhadores. É certo que se cometeram erros próprios de um processo complexo
e com experiencias novas. Contudo nas duras lutas contra o fascismo e após o 25
de Abril os trabalhadores impuseram ao Governo, a publicação da lei que
reconhecia a Intersindical como Central Única dos Trabalhadores, a Unicidade
sindical, que foi e tem sido contestada pelas forças da burguesia nacional e
pelos seus representantes nos sindicatos manipulados por forças estranhas ao
movimento sindical e aos trabalhadores.
É demagogia
afirmar-se que a Lei da Unicidade Sindical é contra a vontade da maioria dos
trabalhadores porque foi a luta dos trabalhadores que impuseram a Unicidade
Sindical na Lei.
Por isso pergunto: -
Em nome de quem e quem são os trabalhadores que se arvoram defender que são
inimigos da Unicidade Sindical?”
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