“Um partido duas vezes fora do tempo”_ Manuel Carvalho_Público_15.02.2024


A ofensiva ideológica contra o PCP adensasse. A adjectivação do artigo introduz um lastro de anticomunismo primário, subjectividade intencional e argumentos gastos que não correspondem à realidade concreta e muito menos às posições assumidas e conhecidas do PCP.

O artigo fala em dogmas, mitos, taliban numa predisposição de não debater o programa do PCP mas de o atacar numa linha que favorece o partido do monstro.

As sondagens são apenas estudos ditos de opinião que procuram condicionar e induzir o eleitorado num determinado sentido e que pretendem sempre penalizar o PCP. Os últimos actos eleitorais, nomeadamente, na Madeira desmentem as sondagens. A influência social e politica não se mede só pelos actos eleitorais por muito que este facto fira a sensibilidade dos Manuel Carvalho da nossa praça da desinformação.

A guerra, luta de classes, desigualdades, exploração, fome, miséria, racismo, xenofobia e o aumento da riqueza de uns poucos há custa de milhões provam que Marx tinha razão e que os Partidos comunistas e progressistas e o seu papel na sociedade continua a ser fundamental para a transformação, mudança por um mundo melhor, mais justo e de paz. Os erros históricos apenas comprovam a capacidade dialéctica de os reconhecer e de assumir a autocritica com meio para os emendar e mudar a rota sem nunca esquecer o essencial: - a conquista de uma sociedade sem exploradores e explorados, muito difícil de compreender para quem tem do mundo uma visão servil ao capitalismo.

Karl Marx afirmou: “ Uma classe oprimida é a condição vital de toda a sociedade fundada no antagonismo entre classes. A liberdade da classe oprimida implica, pois, necessariamente a criação de uma sociedade nova”. E diz mais: “As ideias da classe dominante são, em todas as épocas, as ideias dominantes, ou seja, a classe que é o poder material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, o seu poder espiritual dominante”.

Independentemente de uma pretensa visão democrática há neste artigo toda uma vénia à classe dominante e às suas preferências político partidárias actuais.

Como afirmou Álvaro Cunhal “ Com as características fundamentais da sua identidade, partidos comunistas são necessários, indispensáveis e insubstituíveis….”. E disse mais. “Seja desta ou de outra forma, definidos os objectivos da luta pela democracia num momento dado, os comunistas podem estar, não querem estar e não estão isolados”. Por muito que isto seja difícil de compreender para Manuel Carvalho.

Manuel Carvalho, o seu dogma de amor insano do mercado está duas vezes fora do tempo. Primeiro acredita na da ideia já velha do desgaste e desaparecimento do PCP e na concepção de que o mundo se move sem trabalhadores e que o mercado pode fazer tudo por nós.

Ideias velhas e um discurso de quem está fora de tempo duas vezes.
Maia.15.02.2024

Comentários