A ESQUERDA E O FUTURO !... 2ª PARTE

" OS DIAS TALVEZ SEJAM IGUAIS PARA UM RELÓGIO, MAS NÃO PARA O HOMEM " - MARCEL PROUSTa
A esquerda tem de correr, com pragmatismo, contra os ponteiros do relógio e interrogar-se: O que fazer ? O dilema é real e as respostas são complexas mas não pode deixar de equacionar como pode responder a um dos ataques sem precedentes e mais profundos ao Estado Social comandado pelos "senhores" que mandam e comandam a Europa e que a pretexto da crise económica correm para diminuir a protecção social, liberalizar totalmente o mercado de trabalho e entregar alavancas essenciais da economia a alguns abutres privados.

Não basta ter um diagnóstico mais ou menos límpido, convicções mais ou menos justas e esperar que a história lhes dê razão! Os homens e a vida não param nem esperam, e ,a esquerda não se pode fechar nas suas trincheiras como, também, não pode eternizar a discussão sem encontrar pontos comuns de convergência e de luta.

As esquerdas mantém-se muita agarradas alguns dogmas, fechadas nas suas "capelas", resistentes a mudar de rumo sem procurar pontos e configurações de intervenção novas. As forças politicas de esquerda, com as actuais mudanças estruturais, têm de apontar caminhos que façam as pessoas a acreditar que são mais do que projecto de ideias. Tem provar que serão capazes de se entenderem no essencial e construir uma alternativa politica de futuro assente numa lógica de crescimento e desenvolvimento que coloque as pessoas primeiro do que o mercado.

Há que defender a diluição de expressões politicas sectárias, de concepções de grupo, de formas de funcionamento centralista e apostar na projecção de uma alternativa politica substantiva que dê força ao socialismo e à esquerda e que possa ocupar um espaço amplo e alargado que integre no seu seio sectores descontentes que não se revêem nas actuais forças politicas, mas que, por exemplo, com elas, pontualmente convergem. O percurso é difícil, os acessos são apertados mas há potencial para não dar por perdido, o percorrido, encontrando-se o destino certo que assegure a integração das diferenças.

Não basta, nem é a questão essencial, mudar de parte ou todos os protagonistas, mas antes discutir quais as soluções politicas adequadas e que sejam integradoras e mobilizadoras de todos e que impeça a exclusão de todos aqueles que no fundamental consideram o projecto válido, necessário e de futuro . A esquerda tem de se saber unir e convergir na diferença. Esta é uma tarefa ingrata e difícil. Mas haverá outro caminho?

Temos de pensar o que fazer e como fazer? E a esquerda está obrigada a responder a este desafio.

Continuarei a analisar este tema e termino esta reflexão com uma frase de BENJAMIM FRANKLIN " Investir em conhecimentos rende sempre melhores juros" que é de uma actualidade que dispensa mais comentários!

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