AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS!

No actual quadro político começam-se a definir as candidaturas à Presidência da Republica. Transcrevo partes de um texto, que escrevi a 06 de Outubro, que reflecte a minha posição amadurecida ao longo do tempo.

(…) A Presidência precisa de um homem intelectualmente culto, de valores, tolerante e que respeite o nosso regime Constitucional. Não votarei em nenhum candidato da direita!  

Espero que o PS, CDU, BE e outros sectores democráticos, independentemente, das suas decisões e da forma como encararão e se apresentarão às eleições Presidenciais saibam tomar no momento certo, as opções acertadas, no sentido da garantir a vitória de um candidato das forças democráticas e de esquerda.

Desejo que as forças de esquerda não comentam os erros do passado, que permitiram ter na Presidência da Republica um inimigo da Constituição e do Portugal democrático nascido na revolução de Abril! È preciso não esquecer a responsabilidade (erros) de alguns Partidos na primeira eleição do actual inquilino de Belém!

Espero que tenham aprendido com os erros e suas consequências que lesaram o País (…)

Acrescento agora que tenho apreço pela candidatura de esquerda já apresentada e pela candidatura que se perfila, mas espero que no momento decisivo, esses Partidos, saibam e estou certo que o saberão tomar a decisão politicamente ponderada e acertada, que permita derrotar o candidato da direita Marcelo Rebelo de Sousa.

Não escondo o meu apreço por Sampaio da Nóvoa e por tudo aquilo que ela representa e defende mas desde já afirmo que o meu voto será sempre pautado pela vontade política inabalável de derrotar o candidato da direita.

Os erros do passado, em particular, os que possibilitaram a primeira eleição do “Padrinho” e impediram a ida à segunda volta de Manuel Alegre tiveram consequências políticas negativas irreparáveis na evolução da situação política, nos últimos anos, em Portugal. Não tivemos, nestes últimos dez anos, um Presidente da Republica culto, moderador e respeitador da CRP!

Nessa altura, as esquerdas não foram capazes de tomar a decisão certa, em tempo útil, que tivesse impedido a vitória do “Padrinho” á primeira volta! Não conseguiram ter o discernimento político que teve Álvaro Cunhal quando o PCP decidiu desistir da sua candidatura e apelar ao voto em Mário Soares. Estive nesse Congresso e com orgulho, digo, que foi uma decisão acertada e patriótica.

A candidatura da direita levada em ombros pelos detentores da comunicação social ao serviço dos grandes interesses económicos e financeiros tem de ser desmontada e derrotada! Há perigos evidentes na candidatura de direita do comentador Marcelo que não podem deixar indiferentes todos aqueles que desejam um País de futuro e que tenha na Presidência alguém que seja imparcial e cumpra e faça cumprir a Constituição.

Há que lutar por um Presidente que honre a cultura democrática e o passado de três Presidentes – cada um com seu estilo e forma de interpretar o seu cargo – Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio, em que não me arrependo ter votado.

Espero e estou certo que a candidatura de Edgar Silva (que fez um bom discurso de apresentação), a possível candidatura de Marisa Matias e da própria Maria de Belém (embora tenha feito um discurso positivo não a compreendo e torna – se refém de alguns apoios legítimos, mas que apenas visaram, na minha singeleza e discutível opinião, condicionar e prejudicar a candidatura democrática e abrangente de Sampaio da Nóvoa) tudo farão para contribuir para a derrota do candidato da direita e que tomarão, no momento certo, a decisão politicamente necessária e adequada a esse desiderato.

Concluo, repetindo, meu voto será sempre pautado pela vontade política inabalável de contribuir para a derrota do candidato da direita que a comunicação do sistema decidiu que será o Presidente. O voto dos portugueses é que decide!

A comunicação social não manda – embora procure vender manipulando e intoxicando os portugueses com coberturas mediáticas pautadas por falta de rigor e isenção jornalística de promoção do comentador candidato – no meu voto e espero que os portugueses não se deixem enganar pela apresentação de um produto bem trabalhado, oleado e apresentado mas, perigosamente, ao serviço dos interesses de uma direita ultraliberal saudosista!


Vamos à luta! Eu não faltarei!

     Contra Marcelo!   

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