PENSAMENTO DO DIA

Comecei a escrever uma reflexão (não sei se a publicarei em livro) com toda a humildade e de forma ponderada com o título “ Uma Perspectiva…O Sindicalismo Português. Novos Tempos e os Trabalhadores”.

Não fugirei a factos que descaracterizam o papel dos Sindicatos e dos dirigentes sindicais, à falta de democracia interna em muitas estruturas, à desligação acentuada dos locais de trabalho, dos sentimentos dos trabalhadores e da realidade, aos procedimentos e práticas autoritárias, à elaboração de listas de forma administrativa e com imposição de nomes (sem qualquer influência ou papel na luta dos trabalhadores) do exterior de modo a ser exercido um controlo político, a elaboração de estatutos blindados impedindo soluções alternativas e ao que mais importa os interesses e as lutas dos trabalhadores a partir dos locais de trabalho, acção reivindicativa e a contratação colectiva.

Apenas alguns dos tópicos (como se diz na gíria só um cheirinho. Pois o que falta e que escreverei é segredo do próprio até estar concluída a reflexão) do que me permite uma elaboração mais ordenada e apurada do meu pensamento partir de uma abordagem teórica subjectiva e objectiva baseada no maior rigor e imparcialidade possível.

§  A acção sindical não pode ser uma actividade administrativa e ou ideológica (dogmática);

§  Não transformar nem impor a concepção do dirigente por mais justa que seja contra os interesses dos trabalhadores

§  Uma justa reivindicação de ontem pode não ser justa, hoje

§  Um certo e excessivo controleirismo e centralismo de quadros de coordenação que asfixiam as ideias, se afastam da realidade

§  O contacto com os trabalhadores…os seus interesses e as suas vontades

§  O querer controlar de cima

§  A falta de humildade de muitos dirigentes

§  O transformar a sua “realidade mental” na verdadeira realidade e tentar impor aos outros

§  Ouvir realmente os trabalhadores e não impor a vontade do dirigente sindical por muito justo que seja porque não é legítima.

§  A luta a partir dos locais de trabalho e dos sectores e não decidida por razões de agenda ou por meras decisões de lógica administrativa.

§  Envolver os trabalhadores na preparação e decisão dos conteúdos reivindicativos

§  A evolução da legislação laboral e as consequências nos direitos laborais e nas condições de luta.

É, um trabalho ambicioso e longo, mas espero ter forças e condições para dar substância e conclusão a uma ideia para a qual não deixarei de recorrer à opinião dos meus verdadeiros amigos (felizmente são muitos e alguns mantenho uma fraterna e diária ligação) que aos longos dos anos acompanharam e apoiaram o meu percurso de vida social e política.

Maia,30.12.2020
António Neto

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