NOTA DO DIA.

Escrevi, algum tempo, um artigo com o título “Assédio sem Fronteiras” publicado no Jornal “Maia Hoje”, que me honra ser colaborador.

Como alguns pavões falam de assédio sem olharem para o seu umbigo, escondendo a sua prática e gostam de desfilar para aparentarem o que não são lembrei-me de publicar alguns fragmentos desse meu artigo. Cada um que o interprete como quiser porque a memória para mim não é curta e a luta não passa por esse tipo de comportamentos e por esse tipo de oportunistas escondidos.

“O assédio nos locais de trabalho tem sido debatido, mas o problema assume dimensão preocupante e que se aprofunda mesmo em locais em que tais práticas não seriam esperadas.

Não é menos verdade que muitos dos que abordam tais práticas de assédio, o praticam.

Reflectir sobre este tema recorda-me Saramago no livro A Caverna “ Mas por vezes o mundo é assim mesmo, que as mentiras são muitas e as verdades nenhumas, ou alguma sim, deverá andar por aí mas em mudança contínua”.

No mundo laboral a prova do assédio ou mobbing constitui um conceito difuso que combina comportamentos diversos lícitos e ilícitos e, por ess razão, muitas vezes, difíceis de comprovar e até combater.

Assiste-se, recorrentemente, nos locais de trabalho a comportamentos inaceitáveis de autoritarismo, arrogância, prepotência consubstanciados em ordens dadas em tom elevado, até mesmo aos gritos, em tom inapropriado e até ameaças veladas que põem em causa o desejável e necessário bom ambiente laboral.

Quem procede assim age com a intenção de vexar ou humilhar, o que se reflecte em práticas reiteradas com o objectivo de afectar psicológica e até fisicamente o trabalhador originando ansiedade, perda de auto-estima e outros danos com consequências daí decorrentes no desempenho funcional e na qualidade do trabalho executado.

O terrorismo psicológico exercido é, incessantemente, de forma ardilosa e subtil com contornos nem sempre visíveis e factualmente possíveis de desmontar.

Fala-se muito (ainda bem) desta problemática e há muitas empresas, organizações e instituições com práticas no sentido de acirrar e desgastar o trabalhador…

(…)

A falta de visibilidade de muitos actos de assédio não podem significar impunidade e, como tal, a denúncia é fundamental.

Prevenir, combater e punir o fenómeno é luta de todos os dias”.

O problema coloca-se é quando estamos perante estruturas que tem no seu seio quem o pratique de forma obstinada e impune quando deviam ser um exemplo nesse combate. Não é fácil mas a verdade é como azeite. O tempo limpará as ervas daninhas desses espaços.
Maia,06.04.2023

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